Era uma vez uma linda manhã de outono, as folhas da cerejeira caiam em sincronia, uma bela paisagem natural. E lá estava ele sentado, ouvindo seu player de músicas e escrevendo sobre o que sentia por Samantha, sua apaixonada. Samantha não demonstrara, por fim, nenhum sentimento por ele, mas ele ainda tinha esperanças - afinal, ela é a última a morrer. Estavam reunidos, também, seus melhores amigos: Bruno e Kevin. Esse último era o favorito dele, a quem ele contava todos os seus segredos, mas por ironia do destino não houvera falado sobre Samantha.
- Não gosto de falar sobre os meus sentimentos, mexe com algo que dói. Rebatia ele, Kevin o induzia a contar mas ainda não obtivera sucesso. Bruno, curioso que só, se retorcia de vontade de saber sobre toda a verdade. Nessa manhã encontravam-se ele, Bruno e Kevin conversando a sentados em um banco a frente da cerejeira, tudo estava calmo, ele estava a escrever coisas em seu bloco, escrevera tanto que esqueceu até de seus amigos, Samantha o consumia. De súbito Samantha aparece, ele começou a sentir aquele frenesi que sentia ao vê-la, seu corpo tremeu, sua voz sumiu, começara a soar. Ele estava doido que Samantha senta-se ao seu lado e puxasse um assunto a modo de se conhecerem melhor, sua mente voava e sempre pensava em coisas loucas e absurdas. Mas não obtivera sucesso, Samantha se sentara ao lado de Kevin e começara a conversar. Risos pra cá, risos pra lá, ele começara a sentir um peso no peito e uma vontade incontrolável de chorar. Lembra-se que naquela manhã Kevin confessara a ele que Samantha o perguntara:
- Vai a escola amanhã? Disse Samantha.
- Sim, vou. E você? Respondeu Kevin
- Vou, só para te ver. Sobressaiu Samantha.
Ao ouvir isso naquela mesma manhã, o coração dele se encheu de fúria, raiva, ódio, rancor e um monte de sentimentos que não soubera definir de tão sobrecarregado que estivera. Naquele momento ele queria sumir, se escondeu por trás da música e recomeçou a escrever freneticamente, falava sobre Samantha. Ele sentia que estava rolando algo entre Samantha e Kevin, tentou se lembrar do que Kevin houvera dito.
- Não quero ficar com Samantha. Isso o reconfortava, mas não o suficiente.
Kevin, sem que ele percebesse, pegou o bloco de anotações dele e começava a ler em voz alta.
- Folhas de outono...- Começou a ler poeticamente Kevin.
- Não termina de ler. Rapidamente ele acordou da realidade e tomou o seu bloco. Kevin não podia ler aquelas coisas, enfim, escritas. O sangue subiu suas bochechas.
Samantha curiosa pergunta:
- Por que não pode ler? - Ele não sabia onde esconder e teve que encarar o monstro.
- Não gosto muito de falar sobre os meus sentimentos. - Disse logo e pois-se a sentar.
Para sorte dele o inspetor aparece e manda Samantha entrar na sala de aula, ele não aguentava mais suportar aquilo, o machucava e muito. Ele começara a se fechar de tudo e de todos, tinha vontade de chorar, mas onde poderia chorar sem ser percebido, conteve as lágrimas e continou a andar sozinho deixando Bruno e Kevin com outras pessoas.
Era hora do intervalo, ele pegou seu livro e sentou-se no mesmo lugar à frente da cerejeira. Tentava ler mas as palavras não eram interpretadas, só conseguia olhar para Samantha que estava a conversar com alguns amigos. Ele estava despreocupado, porque Kevin não estava com Samantha. Mas sua felicidade acabou quando de súbito eles apareceram. Samantha parecia diverti-se com Kevin, ele não gostava nada disso e passou a observar, como um espião a serviço da FBI. Passou o recreio inteiro lá observando. Quando os sinal bateu foi o primeiro a entra na sala, não aguentava olhar aquela cena, sentou-se nas últimas cadeiras. Cinco minutos depois aparece Kevin, rindo e surpreso dizendo.
- A gente estava fazendo uma brincadeira para ver quem ficaria com quem, e não sabe quem deu pra mim? Samantha! - O mundo dele caíra, sentia vontade de sair correndo e chorando e ir para algum lugar reservado. A única coisa que pode dizer foi:
- Nossa. - Um nossa tão frio e seco que sua voz falhou. Ele estava triste, infeliz, não sabia o que fazer. Sua manhã fora longa e passou a tarde inteira a dormir para tentar esquecer, a noite irá sair, ele espera que essa noite seja melhor que a manhã. Pois ele nunca vai se esquecer:
"As folhas de outono caem assim como lágrimas saem do meu rosto."
Continua...